Quando viajamos para um outro país, vamos ávidos para conhecer os pontos turísticos, os monumentos, visitar museus, e até fazer compras. Entramos em contato com outra cultura e percebemos suas peculiaridades, notamos o modo de vida das pessoas que vivem lá , como se vestem, quais tipos de carros dirigem, que regras essas pessoas seguem, o que fazem nos momentos de laser....
Ah! Quando viajamos, nossos sentidos ficam mais aguçados do que o normal: vemos tudo com muita atenção, notamos detalhes; ouvimos a musicalidade de outro idioma, mesmo sem entender o que falam; tocamos em tudo o que nos for permitido, sentimos os aromas que estão no ar, que vão desde especiarias diferentes à perfumes desconhecidos. Então chega o momento de se sentar numa mesa e provar os sabores dessa terra distante. Nesse momento é o paladar que nos conta um pouco da historia desse povo e, desse modo, a imagem que passamos a ter desse novo mundo fica completa e, para sempre gravada na nossa memória.
Eu já abordei, em postagens anteriores, a relação entre aroma, paladar e memória. Essa trindade é sempre integrada à emoção, e não é coincidência relacionarmos os paises à sua comida típica.
Quando passo muito tempo longe do Brasil, nos momentos de muitas saudades, faço uma perigrinação pelos supermercados da região onde moro, em busca dos ingredientes que transformem minha nostalgia em pratos brasileiríssimos, e na falta dos exatos ingredientes, recorro às adaptações.
Muitas vezes, não é a saudade a resposável pelo festival de comidas típicas lá de casa, e sim a curiosidade de amigos e vizinhos americanos sobre a cultura brasileira. Sim, na impossibilidade de irmos até um país, um pedaço desse país pode vir até nós numa experiência degustativa. Literalmente.
Por outro lado, a América desperta muito interesse e curiosidade no mundo todo. E de certa forma, já temos alguma ideia do modo de vida americano sem sequer sairmos de casa, seja via programas de TV, cinema, escolas de Inglês, seja nas cadeias de fast food, espalhadas por toda a parte. A globalização nos permite esse contato.
Mas apesar do estardalhaço, conhecemos superficialmente a cultura norte americana, que fica longe de ser retratada nas telas de Hollywood. E a gastronomia não se limita aos fast foods, pois assim como no Brasil, a culinária desse país é muito rica, variando de região a região.
Hoje publico no meu espaço uma receita de Cheesecake, sobremesa muito popular nos Estados Unidos, vendido em todos os cantos do país, preparado em todos os lares americanos , nas mais variadas versões. Ao pé da letra, Cheesecake significa bolo de queijo, mas se aproxima mais a uma torta. Dizem que o verdadeiro cheesecake surgiu em Nova Yorque , na década de 20, com a invenção do cream cheese. Na verdade é uma adaptação de sobremesas a base de queijo, trazidas pelos imigrantes europeus. A origem do Cheesecake remonta à época da Grecia Antiga, onde os atletas olímpicos eram alimentados com um creme de queijo sobre uma massa feita com farinha ,e que mais tarde os romanos chamavam de "libum"e levavam aos templos como oferendas.
Nas receitas americanas, um dos ingredientes usados é o sour cream ( creme azedo), que não é comercializado no Brasil. Depois de pesquisar muito, descobri que a coalhada da Vigor é o melhor substituto desse ingrediente.
Aconselho a usar o cream cheese da marca Philadelphia.
Então "hands on" , vamos experimentar um pedaço dos Estados Unidos. O cheesecake original leva cobertura de frutas vermelhas ou geleia de framboesa ou amora, mas a versão marmorizada com chocolate é igualmente apreciada.
CHEESECAKE MARMORIZADO
Crosta da base
200 gr de biscoitos tipo maria ou maizena
1/2 xícara (chá) de manteiga derretida
2 colheres(sopa) de chocolate em pó
Creme
2 embalagens de cream cheese Philadelphia
4 ovos
1 xícara (chá) de açúcar
2 potes de coalhada Vigor
1 colher (chá) de baunilha
1 xícara ( chá) de chocolate meio amargo derretido
pedaços finos de chocolate
Para a crosta da base, triturar os biscoitos no multiprocessador ou no liquidificador, até formar uma farinha. Numa tigela, misturar a farinha de biscoito com o chocolate em pó e a manteiga derretida. Forrar a base de uma forma de aro removível com o preparado, apertando bem para ficar uma superficie lisa e firme. Levar à geladeira enquanto prepara o creme.
Pré aqueça o forno em temperatura média-baixa. Na batedeira, bata os ovos com o açúcar até obter um creme claro. Adicione as 2 embalagens de cream cheese, continue batendo e junte a coalhada. Por fim, adicione a baunilha e misture.
Coloque quase todo creme na forma, sobre a crosta de biscoitos, espalhando bem. Reserve uma pequena parte do creme e misture com o chocolate derretido. Coloque em colheradas sobre o creme da forma e, com o auxílio de um garfo, misture delicadamente, fazendo o efeito marmorizado. Por último, espalhe os pedaços de chocolate sobre o creme.
Leve ao forno para assar em banho maria (forma com a água na grade inferior e forma com o cheesecake na grade superior) por cerca de 1 h e 30 minutos. Desligue o forno e entreabra a porta do mesmo. Deixe esfriar dessa forma, aos poucos , para não fazer rachaduras no cheesecake. Depois de completamente frio, leve à geladeira. Aconselho a servir o cheesecake no dia seguinte, ou pelo menos 12 horas depois de frio, porque somente depois desse tempo é que a consistência estará boa.
