quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Para Começar Bem o Ano Novo...




E o ano se acaba agora. Passeio pela cidade e vejo a vitrines numa profusão de roupas brancas, decoração com dourados e prateados, e muita expectativa para a o Ano Novo. O Reveillon é uma festa linda, com toda a animação e fogos à meia noite, as pessoas se desejando tudo de melhor uns para os outros, muitos abraços, beijos, e música.Pensando no fato de que nem todas as culturas celebram o nosso ano novo, fui em busca do Wikipedia , mais uma vez:

O Ano-Novo é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas as culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano-Novo". A celebração do evento é também chamada réveillon, termo oriundo do verbo réveiller, que em portugues significa "despertar".

A comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás.



Considero a passagem de ano no Brasil a melhor festa de todas, e não existe igual em todo mundo, pois a comemoração independente de se estar num lugar simples ou luxuoso, em casa ou a passeio, numa cidadezinha do interior ou na capital, na praia ou no campo. A festa é de todos e para todos.
A tradição de se vestir de branco vem do candomblé, pois o branco predomina na vestimenta de seus praticantes, que, na noite de ano-novo, prestam homenagem a Iemanjá, a principal entidade feminina da religião. É um costume que ficou incorporado à boa parte da população, afinal, o clima de renovação e esperança não deixa de ter seu lado místico. Mas a maioria das pessoas vestem branco para simbolizar a paz e os bons fluidos para o novo ano que se inicia.


Ah! E existem as simpatias para se fazer na virada o ano, para atrair sorte . Cito algumas que conheço e outras que pesquisei na Internet:

Acredita-se que comer lentilha traz sorte, pois, como é um alimento que cresce, faz a pessoa crescer também;

Uma das simpatias mais comuns feitas no Ano Novo para atrair dinheiro é a da romã. Chupe sete sementes na noite de Réveillon, embrulhe todas num papel e guarde o pacotinho na carteira para ter dinheiro o ano inteiro;

O consumo de aves, como o peru e o frango, e o de caranguejo não é indicado na ceia de Ano Novo. Como esses animais ciscam ou andam para trás, acredita-se que quem comê-los regride na vida;

Guarde uma folha de louro na carteira durante o ano inteiro para ter sorte;

Coma três uvas à meia-noite, fazendo um pedido para cada uma delas;

Não passe a virada do ano de bolsos vazios para não continuar o ano inteiro com eles vazios;

Na primeira noite do ano, use lençóis limpos;

À meia-noite, para ter sorte no amor, cumprimente em primeiro lugar uma pessoa do sexo oposto;

Para as mulheres : Use calcinha nova de determinada cor, dependendo do que deseja: cor de rosa para atrair o amor, amarela para atrair riqueza, verde para a saúde, vermelha para a paixão e branca para a paz.



Simpatias à parte, acredito que qualquer renovação, seja qual for, não precise esperar pelo início de ano para acontecer, e o nosso poder de mudar o curso de nossa história pessoal e de mudar tudo ao redor, é maior do que qualquer magia. Embora o ritual de promessas e mudanças faça parte da virada do ano, elas podem acontecer em qualquer momento de nossas vidas. Para mim, esse poema do Carlos Durmmond de Andrade dá o recado direitinho.



RECEITA de ANO NOVO
(Carlos Drummond de Andrade)


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.




SALADA DE LENTILHAS E MAÇÃ VERDE ( para atrair a sorte)

1 pacote (500gr) de lentilhas

2 litros de água

1 colher ( sopa) rasa de sal

1 pacote (200gr) de uvas passas brancas

2 maçãs verdes raladas ( não inclua a casca)

6 colheres (sopa) de azeite de oliva

6 colheres (sopa) de vinagre branco

1 cebola bem picada

1/2 xícara de hortelã picada

1/2 xícara (chá) de salsinha picada

1/2 xícara (chá) de cebolinha picada

suco de 1 limão

1 pitada de pimenta do reino

sal, se precisar corrigir

Numa panela grande ferva a água com 1 colher de sal. Com a fervura, coloque as lentilhas para cozinhar. Quando estiverem quase macias, adicione as uvas passas à água fervente e deixe cozinhar junto com as lentilhas , até o ponto de estarem " ao dente". Escorra a água e deixe esfriar bem.
Passe as duas maçãs no ralador grosso e misture imediatamente à lentilha, e em seguida junte a cebola picada, salsinha, cebolinha e hortelã, e tempere com o vinagre, o azeite, o limão a pimenta e o sal. Leve à geladeira.
Nota: Pode-se fazer a metade da receita.
FELIZ ANO NOVO!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feito com Carinho


Venho dedicando muita atenção ao Natal, seja com os temas no meu blog, seja assando os biscoitos que dou de presente todos os anos para os que me cercam, seja na decoração da casa ou das lembrancinhas.
Embora apenas os cristãos comemorem o Natal, existe nessa época comemorações semelhantes pelo mundo, desde os primórdios do tempo, quando se aguarda a chegada da Luz, da Vida. Penso que o sentido é o mesmo para todos, apenas difere nos nomes e na simbologia. Prevalece o mesmo espírito para diferentes celebrações.

Com a proximidade do Natal, a maratona às lojas torna-se inevitável. A lista de presentes sempre é extensa, e o orçamento é inversamente proporcional a nossa ambição de consumo. O stress gerado pela fórmula "correria e consumo" acabam atropelando o espírito natalino, e todo o seu significado acaba por se perder em meio as peregrinações às lojas, extratos bancários, infindáveis confraternizações e amigos secretos. Sei que é utopia pensar que poderíamos mudar esse quadro, e considero que a parte mais gostosa da época do Natal é presentear as pessoas que amamos. Mas penso que dar alguma coisa com a nossa energia e carinho, com a nossa marca, é muito mais pessoal e chega até a ter um charme.

Eu me lembro sempre de uma amiga da família, a Clementina, mulher moderna e dinâmica que passava as horas vagas bordando em ponto cruz. Para ela, o ponto cruz era um excelente passatempo e, o ano transcorria entre fantásticos barrados de toalhas e guardanapos para o bingo de instituiçoes filantrópicas, o inesquecível enxoval para uma netinha, ou a maravilhosa bota de Natal para a lareira da casa. Tudo o que tia Cleme (como era chamada ) fazia, era disputado pela ala feminina da família e pelas amigas. No Natal, todas torciam para ser a amiga secreta da tia Cleme , ou quem sabe, ganhar um mimo extra feito por suas mãos. Já faz 10 anos que Clementina deixou o nosso convívio, mas sua marca ficou para sempre nas peças bordadas que ela nos presenteava.Cada pessoa tem sua especialidade, como as compotas da vovó, os bordados de uma tia, os pães da cunhada, ou as pinturas da prima. Por que não aproveitar nossos dons ?Uma idéia muito interessante é colocar os ingredientes secos de uma receita de cookies num pote de vidro, em camadas. E anexar o modo de preparo no pote. Aqui vai uma das receitas.







Cookies no Pote ( Cookies in a Jar)



Ingredientes para um pote de vidro grande ( com capacidade para 600 gr, pelo menos)

1 3/4 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
1/2 colher (chá) de sal
3/4 xícara (chá) de açúcar mascavo
1/2 xícara (chá) de açúcar branco
1/2 xícara de castanhas ligeiramente moidas
3/4 xícara de chocolate em gotas

Misture a farinha de trigo com o bicarbonato de sódio, o sal e a canela. Passe para o pote de vidro com a ajuda de um funil.

Em seguida, coloque o açúcar mascavo e pressione para baixo, apertando bem com os dedos ou com uma colher, tornando os níveis dos ingredientes mais compactos. Em seguida, complete com o açúcar branco, depois com as castanhas, pressionando novamente para baixo,e finalmente complete com as gotas de chocolate. Caso não sobre espaço para as gotas de chocolate, coloque as mesmas num saquinho de celofane, feche bem e anexe a trouxinha formada ao pote.

Junto ao presente, anexe o modo de fazer a cookie, descrevendo num pequeno cartão o seguinte:

" Bata 1/2 xícara de manteiga ou margarina amolecida com um ovo. Adicione a mistura do pote( com excessão das gotas de chocolate) e bata muito bem, até virar uma massa homogênea. Por último, adicione as gotas de chocolate, misture e coloque a massa em pequenas colheradas numa forma sem untar. Leve ao forno pré aquecido, médio alto, por uns 10 minutos, ou até dourar levemente.
Deixar esfriar os biscoitos, de preferência numa grade."
FELIZ NATAL!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Alegria em Pedaços ( os Biscoitos de Santa Hildegarda)



Ainda sobre biscoitos de Natal, todos os anos faço a minha receita preferida para presentear os amigos. Trata-se dos Biscoitos da Alegria, ou Cookies of Joy , cuja receita é uma adaptação dos biscoitos que Santa Hildegarda de Bingen fazia há 900 anos, e foi escrita em seu tratado Physica: Liber Simplicis Medicinae ( Livro de Medicina Simples), por volta de 1157.Hildegarda de Bingen foi uma abadessa mística, teóloga, escritora de livros de medicina natural e compositora de música, que viveu no século 12. Era profunda conhecedora das propriedades medicinais das plantas, ervas e especiarias, e usava esse conhecimento para a cura de doenças físicas e anímicas.

Hildegarda dizia que a combinação das especiarias canela, cravo e noz moscada numa massa de biscoito, se consumida em intervalos regulares, aumentaria a sensação de alegria, bem estar e otimismo, ou seja, afastaria sintomas de depressão.

Quando primeiro testei essa receita, fui movida pela curiosidade . Queria provar o sabor de doce tão antigo, mesmo que adaptada; queria comprovar os efeitos na alma, afirmados pela abadessa. Nos meus testes culinários usei muito a farinha de espelta, no lugar da farinha de trigo, que confere à massa do biscoito um sabor mais delicado, e que originalmente a abadessa utilizava em suas receitas, afirmando que a espelta seria muito melhor metabolizada pelo organismo do que o trigo. Em tempo, a espelta é um cereal que se assemelha ao trigo, e que surgiu na Terra antes do mesmo.
Depois de testar e aprovar os biscoitos, esses passaram a ser incluídos nas minhas receitas especiais para a época de Natal, pelo fato de evocarem a alegria.
Sempre que posso, presenteio com esses biscoitos, e sempre explico o porque. Passou a ser a minha marca e a minha forma de desejar felicidade para todos, como se eu pudesse, assim, distribuir em pedaços de massa assada ,algumas doses de alegria.

BISCOITOS da ALEGRIA (Cookies of Joy)










1 barra de manteiga ou margarina de 100gr em temperatura ambiente

1 xícara de açúcar mascavo

1 ovo médio batido

2 xícaras ( chá) de farinha de trigo ou farinha de espelta

1 colher (chá) de fermento em pó

1/4 colher(chá) de sal

1 colher (chá) de canela em pó

1colher (chá) de noz moscada

1/2 colher(chá) de cravo em pó


Numa vasilha, misturar todos os ingredientes secos ( farinha, fermento , sal, canela, cravo e noz moscada ). À parte, bater a manteiga com o açúcar e em seguida adicionar o ovo batido. Formar uma mistura cremosa e homogênea. Acrescentar os ingredientes secos, misturar com os dedos até ficar uma massa que desgrude das mãos. Enrolar em filme plástico e levar à geladeira por 1 hora. Fazer bolinhas com a massa, achatá-las na espessura de 5 0u 6 milímetros e pressionar o cortador de biscoitos para dar forma. Ou pode-se abrir a massa entre duas folhas de filme plástico e usar o cortador.

Colocar os biscoitos em forma rasa untada com margarina e farinha de trigo, forrada com papel manteiga. Levar ao forno médio pré aquecido (180 c) por aproximadamente 10 minutos ou até que as bordas dos biscoitos comecem a dourar. Esfriar os biscoitos numa grade e depois de frios, enfeite cada um com glacê de açúcar. Rende entre 45 e 60 biscoitos, dependendo do tamanho cortado.

Glacê de Açúcar

1 xícara ( chá) de açúcar de confeiteiro ( Glaçúcar) bem cheia
suco de 1/2 limão pequeno
2 colheres ( sopa) de água

Juntar os ingredientes, mexendo até formar uma mistura grossa e homogênea.
Passar sobre os biscoitos com o auxílio de uma pequena espátula ou colher.

Regalos dos Reis Magos





"Nesse Natal, lembre-se de mim...", já dizia um antigo jingle de um comercial na TV. Sim, com a proximidade do Natal, presentear as pessoas é um ritual muito aguardado, uma forma especial de mostrar ao outro o nosso carinho.




Essa tradição perde-se no tempo, e vem de épocas remotas, com o aparecimento da agricultura, quando na celebração do solstício do Inverno, cada agricultor trocava suas especialidades alimentares com outros, garantindo variedade de alimentos armazenados para o inverno. Essa troca de comidas deu origem ao costume de troca de presentes, e era o motivo principal das festividades da época. Com o passar dos séculos, a variedade de presentes aumentou, incluindo outras coisas além da comida.


A vinda da era cristã deu novo significado ao costume, passando a simbolizar a entrega das oferendas ao menino Jesus, pelos tres Reis Magos.


Melquior, Baltazar e Gaspar não seriam reis, e sim sacerdotes da religião zoroástrica persa , que pregava a existência de um único Deus ( culto monoteísta do Sol Invictus), a luta entre o Bem e o Mal, prevalecendo sempre o Bem, e acima de tudo, acreditavam na vinda do Messias. Teriam vindo, não necessariamente em número de três, guiados por uma estrela, que acreditavam ser a indicação da vinda do esperado Messias. Essa religião abriu caminho para o Cristianismo.

Passou-se, então, a atribuir a origem da tradição de trocas de presentes na época natalina à visita desses Magos ao menino Jesus.
























O simbolismo dos presentes é a partilha e são dados às pessoas como expressão de laços afetivos. Originalmente eram confeccionados artesanalmente, impregnados de significado e energia próprios; então presentear com biscoitos, bolos e pães era uma tradição muito difundida. Trabalhos manuais como bordados, colchas,brinquedos de madeira, bonecas de pano, eram elaborados com antecedência e reservados às festividades natalinas.

Vive-se hoje em dia um consumismo muito grande, pois os presentes são, geralmente, comprados em grandes quantidades no comércio, depois de veiculados incessantemente pelas propagandas na TV, revistas , jornais e, ultimamente, pela Internet. Todo esse consumo acaba por extinguir com a noção de que presentear é oferecer algo especial, com um significado próprio.

Algumas famílias, no entanto, mantêm a tradição de se presentearem com alguma especialidade culinária como biscoitos, panetones, bombons, etc e essa troca de guloseimas e afetos, acaba por ser o ponto alto da época de Natal.
Gosto muito da tradição americana de presentear com biscoitos, então escolhi uma receita fácil e gostosa para esse fim.



SPECULAS

2 xícaras (chá) de farinha de trigo

3/4 de xícara (chá) de "farinha" de amêndoas ( amêndoas sem casca, ligeiramente torradas, passadas no multiprocessador)

1 colher (chá) de fermento em pó

1/4 colher (chá) de sal

1 colher (chá) de canela em pó

1 colher (chá) de noz moscada

1/2 colher (chá) de cravo em pó

1 barra de manteiga ou margarina de 100gr em temperatura ambiente

1 xícara de açúcar mascavo ou 1/2 de mascavo e 1/2 de açúcar branco

1 ovo grande batido

raspas de limão

Geléía de framboesa ou de damasco



Numa vasilha misturar os ingredientes secos ( farinha, fermento em pó, sal, cravo, canela e noz moscada em pó ) e reservar. À parte, bater a manteiga com o açúcar, misturando bem e depois acrescentar o ovo batido. Formar um creme com a mistura e acrescentar os ingredientes secos. Misturar tudo com a ponta dos dedos até formar uma massa homeogênea. Enrolar a massa em filme plástico e levar à geladeira por 1 hora.

Fazer bolinhas com a massa , do tamanho de uma noz, ou um pouco menor. Pressionar o centro com o polegar e rechear a depressão com geléia .

Colocar os biscoitos em forma rasa, untada com margarina e farinha de trigo, e forrada com papel manteiga. Levar em forno médio ( 180 C ), pré aquecido por 15 minutos ou até dourar as laterias dos biscoitos. Esfriar os biscoitos sobre uma
grade. Trocar o papel manteiga para assar nova fornada. Dá em torno de 45 biscoitos.

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