segunda-feira, 27 de junho de 2011

Festas Juninas ou Festas Joaninas

Na Noite Antiga...

“Aqui
Na noite antiga de garoa e frio fino,
Subiam balões de luz
Em honra do primo de Jesus,
São João Menino.

E, em nosso coração,
Cada balão,
Subindo rápido e em linha reta,
Era o próprio João Menino
Se transformando em João Profeta.

Era o profeta
Que parecia o clarão da madrugada,
Antecedendo a chegada
Do grande sol nascente, da maior luz:
O Cristo Jesus.”

( Ruth Salles)

Q



Das tradições mais bonitas  e expressivas da cultura brasileira as Festas Juninas são, sem dúvida, as mais aguardadas e comemoradas pela população. Podem ser festejadas nas ruas ou em escolas e clubes, sempre reunindo a comunidade  para saborear as comidas típicas e tomar quentão, dançar quadrilhas, pular fogueria e soltar rojões e fogos de artifícios. Antigamente soltava-se balões coloridos que pareciam subir até o céu, mas que infelizmente, ao caír, muitas vezes provocavam incendios e, por essa razão, acabaram por ser proibidos.

As Festas Juninas têm sua origem nos festejos pagãos que celebravam, desde os primordios da humanidade, o Solstício de Verão, que ocorre no Hemisfério Norte por volta do dia 21 de junho.
Na antiguidade, o Solstício de Verão - o dia mais longo do ano- era comemorado como o dia da energia máxima do Sol, e portanto, o auge da fertilidade da Natureza, e nos festejos ofereciam-se comidas, bebidas e animais aos deuses e pedia-se aos céus uma boa colheita.  Fazia-se enormes fogueiras, que simbolizavam a Luz e as pessoas dançavam em volta, para comemorar a alegria que essa Luz trazia ao mundo e para espantar os maus espíritos.
Na Roma antiga, havia também nessa época os festejos em homenagem à deusa Juno, protetora dos casamentos e dos nascimentos, e por isso eram chamadas de festas Junônias. Juno é a deusa correspondente à deusa grega Hera.
Com a  cristianização da Europa, a festa pagã foi adaptada para homenagear São João Batista, cujo nascimento seria no dia 24 de junho (próximo ao dia do Solstício de Verão), razão pela qual as festas eram  chamadas de Joaninas. São João era o profeta que anunciava a chegada da Luz, o Cristo encarnado, e naturalmente foi associado com a fogueira, tradição mantida até nos dias de hoje, quando se faz a fogueira de São João durante as festas.
Em Portugal, os festejos eram estendidos aos santos de mês de junho, principlamente Santo Antonio no dia 13 e São Pedro no dia 29, além da festa de São João do dia 24. E foi justamente essa tradição de homenagear aos santos do mês de junho, trazida na época da colonização pelos jesuitas portugueses e a junção de costumes e cultura da terra, é que deu origem as Festas Juninas brasileiras.

Embora no Brasil essa época marque o início do inverno ( em torno do dia 21 de junho, ocorre o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul ) ela coincide com o tempo da colheita e da preparação da terra para novos plantios. Houve então, a junção de tradições da colheita e da vida na roça aos festejos dos santos juninos. Mas também existem elementos emprestados de outras culturas, como a quadrilha, de origem francesa, e os fogos de artifício, dos chineses.


Sendo o Brasil um país muito grande, rico em tradições resultantes da mistura de raças e resultante da mescla de culturas de imigrantes, que  variam conforme a região do país, as Festas Juninas acabaram por ganhar características particulares a cada região. Mas em todas encontramos a quadrilha precedida por um casamento caipira, participantes das festas vestidos de matuto, os homens com camisa quadriculada, calça remendada com panos coloridos, e chapéu de palha, e as mulheres com vestido colorido de chita e chapéu de palha. E, claro, o local da festa sempre decorado com bandeirinhas coloridas, lanternas e balões.


A quadrilha é uma "metamorfose" de uma dança francesa  de salão chamada "quadrille", que chegou no Brasil no século XIX, inicialmente popular na elite, mas que caiu no gosto popular, principalmente na comunidade rural e sofreu várias modificações, tornando-se uma dança típica dos festejos juninos.

Muitos termos usados pelo marcador de quadrilha, que anuncia os passos, são palavras vindas do francês, tais como:
Anavantú (en avant tous)- todos os casais vão para a frente
Anarriê (en arrière) - casais vão para trás
Changê (changer/changez) - trocar/troquem o par
Cumprimento 'vis-à-vis' - cumprimento frente a frente
Otrefoá (autre fois) - repete o passo anterior
Balancê (balancer)-balançar o corpo no rítmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar
Returnê ( returner)- voltar a seus lugares
  
Quem já não dançou quadrilha alguma vez na vida? Se a resposta for não, aconselho que vá, que ainda dá tempo, pois não sabe o que está perdendo.... Decidi adicionar esse video abaixo para dar água na boca.




Hoje ao invés de receitas de quitutes, que existem aos milhares e maravilhosas, contribuo com um passo a passo para a confecção de lanternas coloridas, que são lindas alternativas para os proibitivos balões. Então voilá:

Lanternas para Festa Junina
Material

-Copos de geleia ou de molho de tomate, ou ainda vidros de palmito ou outra conserva
-Papeis Color Set
-Folhas de Papel de Seda
-Tesoura
-Fita adesiva transparente ( tipo durex)
-Regua
-Lápis
-Velas pequenas de 3 a 4 cm de diâmetro e com no máximo 5 cm de altura

Modo de fazer











Corte tiras de papel de seda no comprimento suficiente para cobrir a lateral do vidro usado. Comece prendendo o papel com um pedaço de durex, passe-o em toda a volta do vidro e arremate  com outro pedaço de durex.


Corte retângulos de Color Set no tamanho 30cm x 22 cm ou 30cm x 15cm, dependendo da altura do vidro.
Dobre o papel ao meio e com um lápis e uma regua, marque intervalos de 2 cm por todo o comprimento do retãngulo. Corte tiras seguindo a marcação dos intervalos, começando pelo lado dobrado, mas não corte até o fim, deixando um espaço de 2 cm na borda. Desdobre o papel, una as extremidades, formando um cilindro vazado e prenda com durex.



Vista os cilindros vazados  nos vidros já encapados com papel de seda. Ascenda as velas e coloque cuidadosamente dentro do vidros.


E pronto para enfeitar a noite da festa. Pode tanto servir como centro de mesa quanto decoração ao ar livre.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia dos Namorados com Red Velvet Cupcakes


E junho traz para os brasileiros o Dia dos Namorados. Com o friozinho de fundo, o clima romântico se acentua, porque gostoso mesmo é se aquecer agarradinho à pessoa amada.
Na realidade, o Dia dos Namorados é comemorado no hemisfério norte no dia 14 de fevereiro, e é conhecido como o  Dia de São Valentim, santo patrono dos enamorados. Nesse dia, os casais trocam presentes, cartões e bombons, como uma expressão de amor.


Conta a lenda que na Roma antiga, durante os festejos da Lupercália, que acontecia na metade do mês de junho, os rapazes e moças solteiros que se iniciavam nos rituais do amor, uniam-se por sorteio, e caso nascesse uma paixão, o relacionamento poderia prosseguir e evoluir para o casamento mais tarde. Esses rituais foram banidos sob as leis do Imperador Claudius II, que tinha planos de formar um poderoso exército e acreditava que homens solteiros dariam melhores combatentes, além de não trazerem o inconveniente de deixar esposa e filhos para lutar nas guerras. Por essa razão, todos os noivados e casamentos foram cancelados. Valentim , um sacerdote cristão, continuou celebrando casamentos secretamente, pois entendia que a lei imposta não era justa. Quando foi descoberto, Claudius o condenou à morte, sendo o padre executado no dia 14 de fevereiro de 269 d.C

Com a cristianização dos
costumes romanos, pouco a pouco, a Lupercalia deu lugar à comemoração de São Valentim, que se tornou patrono dos enamorados, sendo celebrado dia 14 de fevereiro, no aniversário de sua morte.
Essa lenda eu conto com mais detalhes na postagem Amor com Torta de Chocolate .

No Brasil, o motivo da data ser comemorada no dia 12 de junho, não se deve a uma razão romântica ou tradicional, infelizmente. Como não havia o costume de se celebrar o Dia de São Valentim no país, a idéia foi trazida em 1949 pelo publicitário João Dória, com o objetivo de se melhorar as vendas no comercio paulista em junho, e a campanha foi veiculada com o slogan  “Não é só de beijos que vive o Amor". O dia 12 foi escolhido por ser véspera do dia de Santo Antonio, o santo casamenteiro. A campanha deu tão certo, que logo foi adotada pelo Brasil inteiro. Nascia dessa forma, o Dia dos Namorados.
Sem sombra de dúvidas, tomar conhecimento da origem pouco nobre do nosso Dia dos Namorados, nos causa, inicialmente, um misto de indignação e desencanto com a data, mas pensando bem, como eu disse inicialmente, o frio de junho nos convida ao aconchego, e naturalmente, a um clima mais romântico. Por que não aproveitar? Afinal, no nosso quente e barulhento mês de fevereiro "o importante é ter Carnaval pra gente sambar", como diz uma famosa marchinha...

De qualquer modo, elegeu-se essa data para celebrarmos o amor de uma forma romântica, não importando se com um belo cartão, ou flores, com presentes, ou um jantar especial, ou ainda, dançando na sala de casa aquela música que marcou o namoro. Cabe a nós dar um sentido mais profundo ao dia, ou deixar-nos levar pelo apelo comercial e por essa mesma razão muitos optam por confeccionar um presente artesanal, deixando ali uma boa energia amorosa. E com certeza, assar um bolo ou uma torta para o amado ou amada é uma das alternativas mais cotadas.

Agora, cito aqui uma curiosidade: ao longo dos anos, tenho assistido à minha filha, amigas de minha filha e  numerosas sobrinhas crescerem e tornarem-se mulheres, e nesse processo, claro, inclui o conhecimento do amor, e com ele, em meio a encontros e desencontros, um aprendizado que nunca tem fim. Eu rio muito, ao notar que quando as moças se apaixonam, em geral, a primeira coisa que fazem no âmbito da cozinha é aprender a fazer um bolo. A explicação para esse fato é um mistério, mas talvez esteja no inconciente coletivo das mulheres, talvez remonte à época em que o bolo era parte dos rituais... quem sabe, não seja um dos rituais de passagem!
E para colaborar com o ritual, sugiro um cupcake, tão em moda, para o Dia dos Namorados.
A receita deriva de um bolo tradicional americano, o Red Velvet Cake ( Bolo Veludo Vermelho), um verdadeiro sucesso no Valentine's Day ( Dia de São Valentim ), por sua cor vermelha luxuriante, sabor e textura, sempre com recheio e cobertura brancos para dar o contraste.
Obviamente, o vermelho intenso é obtido com boa dose de corante alimentício, fato que arrepia os cabelos dos adeptos aos alimentos naturais, sem conservantes. Pois é, eu me considero parte do grupo, e tenho testemunhas de que já testei a receita algumas vezes com alternativas naturais, como pó de beterraba, suco de beterraba, suco de romã, combinação de bicarbonato de sódio, vinagre e cacau em certas proporções, e por aí vai... Em todas elas, porém, o resultado foi um bolo marrom, com sabor totalmente alterado.
Então, abrindo-se aqui uma excessão, apresento uma receita de cupcake feita sob medida para o Dia dos Namorados. Os cupcakes são muito gostosos, e como se diz nos USA "something to die for" ( alguma coisa que vale a pena morrer )

Mas antes de começar a escrever a receita, tenho algumas observações :
_atenção com as medidas, pois são as medidas padrão, já publicadas em Medidas e Equivalências na Culinária
_ A receita original inclui buttermilk, um soro de manteiga ou espécie de leite azedo, muito usado nas receitas americanas, mas não disponível no Brasil. A substituição pode ser feita com o iogurte natural ( integral ou semi-desnatado ), ou adicionando 1 colher (sopa) de suco de limão em 1 xìcara (chá) de leite e deixar agir por 15 minutos. Pessoalmente, numa das vezes em que fiz o bolo e usei esse recurso de azedar o leite, achei que o sabor do bolo ficou alterado.
_A cobertura tradicional é feita com cream cheese e açúcar de confeiteiro, que acaba sendo uma combinação perfeita. Mas pode ser feita com outros ingredientes. Aqui publico a de cream cheese e a de chocolate branco.



Red Velvet Cupcakes
( para 12 cupcakes)


1 xícara (chá) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de cacau em pó
1/2 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/2 colher (chá)  de fermento em pó
1 pitada de sal
1/2 xícara (chá) de iogurte natural
1 colher (chá) de vinagre branco ou vinagre de cidra
1 colher (chá) de baunilha
2 colheres (sopa) de corante líquido vermelho
3/4 xícara (chá) de açúcar
50 gr ou 1/4 xícara (chá) de manteiga amolecida em temperatura ambiente
1 ovo grande


Pré aqueça o forno a 180 C ( médio). Coloque as forminhas de papel para cupcakes na forma correspondente.
Numa vasilha, peneire a farinha, o cacau, o bicarbonato de sodio, o fermento em pó e o sal  e misture. Reserve.
Numa segunda vasilha, misture o iogurte, a baunilha, o corante e o vinagre. Reserve.
Na batedeira, bata a manteiga, o açúcar e o ovo, formando um creme . Adicione os ingredientes secos aos poucos, alternando com a mistura do iogurte, e vá batendo, até formar um creme vermelho homogêneo.



Divida a massa entre as formas, enchendo cada uma cerca de 3/4 da capacidade.



 Asse por 20 minutos ou até que enfiando um palito na massa , este saia seco. Deixe os cupcakes esfriarem na forma por 10 minutos.



Remova-os da forma e deixe-os esfriar completamente numa grade.


Coloque a cobertura desejada e decore a gosto. Sirva como sobremesa ou acompanhando chá ou café.


Cobertura de Cream Cheese

100 grs de Cream Cheese Philadelphia
3 colheres ( sopa) de manteiga amolecida
1 xícara (chá) de açúcar de confeiteiro
1 colher (sopa) de baunilha

Bater os ingredientes na batedeira ou no mix, formando um creme espesso. Manter na geladeira.

Cobertura de Chocolate Branco
100 grs de chocolate branco em barra, picado
1 colher (sopa) de óleo vegetal

Derreter o chocolate e depois, adicionar o óleo. Misturar bem e cobrir o cupcake. Depois de um tempo, a cobertura seca, formando uma casquinha.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...