quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Abelardo e Heloisa e Amores Inesquecíveis

Era uma vez, um lindo romance, uma bela história , em que os personagens se encontraram em determinado ponto do caminho, deixaram-se levar pela corrente da paixão e puderam, assim, provar um pedacinho do céu. Era uma vez essa mesma história nos dias de ontem e de hoje, que às vezes se prolonga pela vida num amor profundo, ou em outros casos, num certo dia se acaba. Era uma vez essa bela história que cada um de nós algum dia já viveu, e que mesmo guardada, sempre volta a se fazer ouvida , seja para se viver uma nova paixão, seja para reviver aquele mesmo amor de tantos anos, pois afinal, um relacionamento longo é feito de muitos fins e recomeços.
Todos nós temos, na nossa história, uma bela história para contar ou lembrar, talvez perdida em meio a muitas outras dos dias de hoje, mas única para quem a viveu. Ou ainda a vive.
A própria História é recheada de amores inesquecíveis, todos reais, com gente de carne e osso. Ficaram célebres pelas circunstâncias, ou por terem sido protagonizados por pessoas famosas.

Para mim, entre todas que já li ou ouvi, inesquecível mesmo é a história de Abelardo e Heloisa, que viveram um memorável romance no século XII. Pedro Abelardo (Pierre Abélard), conhecido filósofo e teólogo da época, em Paris, contava 37 anos quando conheceu Heloisa (Héloise), jovem de 17 anos, intelectual e linda. Heloisa morava com seu tio, o cônego Fulberto (Fulbert), que desejoso de lhe dar a melhor educação , contratou Abelardo como seu tutor intelectual, dando-lhe moradia na mesma casa que habitavam. Logo os dois se apaixonaram e iniciaram um intenso romance às escondidas, durante as supostas aulas. Quando Fulberto descobriu o relacionamento ilícito, sentiu-se traído em sua confiança e expulsou Abelardo, proibindo que o dois voltassem a se ver, e determinando, com esse objetivo, que Heloisa fosse a lugar algum desacompanhada.

Os dois apaixonados passaram, então, a ter encontros em sacristias e confessionários de igrejas, únicos lugares permitidos a Heloisa ficar sozinha. Como resultado dos tórridos encontros, Heloisa ficou grávida e Abelardo resolveu raptá-la, retirando a jovem de casa numa das noites. Levou Heloisa à casa de sua irmã, em Le Pallet na Bretanha, e lá nasceu o filho, fruto do romance . Resolveram, então, casar secretamente, para que não se arruinasse a carreira de Abelardo ( que tinha pretensões de se tornar clérigo). Mas Fulberto queria vingança e decide contratar dois carrascos , que invadiram a casa de Abelardo à noite, enquanto dormia, e o castraram.

Abelardo, cheio de humilhação e vergonha , retirou-se para Abadia de Saint Denis, onde se tornou monge, e Heloisa se tornou freira no Mosteiro de Argenteuil. Abelardo dedicou-se a escrever alguns dos mais importantes livros da filosofia e poesia medieval, e Heloisa construiu grande fama intelectual como escritora e letrada.
Trocaram cartas que falavam do amor vivido no passado e se corresponderam até a morte de Abelardo. Numa das cartas à Heloisa, um pedido: no dia em que ele morresse, queria seu corpo enterrado no mosteiro onde estava a amada, no que é atendido. Vinte anos mais tarde, morreu Heloisa, e foi atendida no seu desejo de ser enterrada junto de Abelardo. Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo, para ali depositarem Heloisa, encontraram seu corpo ainda
intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada da amada.



Hoje em dia, pode-se visitar o túmulo dos dois amantes, que estão lado a lado, no cemitério de Père Lachaise, em Paris ( o túmulo foi removido para lá em 1817).




Nessa época de Valentine's, nesse tempo gelado do hemisfério norte, impossível não falar sobre esse tema, sobre histórias de amor. Mas mesmo para os dias de sol do hemisfério sul, para as noites "calientes" , o tema é sempre recorrente na vida de cada um de nós.

E para ilustrar esse post com mais uma receita ( eu juro que a princípio, esse blog não é sobre culinária), sugiro as taças com morangos e suspiros, para serem servidas numa noite especial. Dizem que os morangos , regidos por Vênus , ajudam a criar uma atmosfera de flerte entre os casais. Então "voilá"!




Essa sobremesa é para ser preparada no momento de servi-la, e para tanta praticidade, e claro, para não se quebrar o clima, é necessário já se ter em mãos os ingredientes necessários, como a calda de morangos, já preparada com antecedência ( é sempre bom te-la para acompanhar sorvetes, por exemplo).

Morangos com Suspiros

Para duas taças :

8 morangos médios lavados e fatiados
8 suspiros
4 colheres (sopa) de côco ralado
8 colheres (sopa) de calda de morango

Numa pequena tigela, misturar o côco ralado com 2 colheres de calda de morangos. Misturar bem, até que o côco esteja tingido de vermelho. Reservar. Pode ser feito com horas de antecedência e guardado na geladeira.
Em taças de sobremesa ou de servir bebidas ( margaritas, por exemplo ) , distribuir o ingredientes, alternando morangos fatiados , suspiros quebrados e o côco tingido. Depois de montadas as taças, distribuir o restante da calda entre as duas. Por último, enfeitar o topo de cada taça com dois suspiros inteiros. Servir imediatamente.


Calda de Morangos:
8 morangos médios picados
1/4 de xícara (chá) de açúcar
1/4 de xícara (chá) de água
suco de 1 limão pequeno
1 pequena fava de baunilha partida ao meio ou 1 colher (chá) de extrato de baunilha
algumas folhas de hortelã ( opcional)
Numa panela pequena, juntar os ingredientes e levar ao fogo, até levantar fervura, abaixar o fogo e deixar cozinhar por mais 3 minutos. Tirar do fogo e deixar esfriar bem. Bater a mistura no liquidificador, formando uma calda grossa. Levar à geladeira.
Idéia refrescante para o verão : picar folhas de hortelã e misturar na calda de morangos, depois de gelada.
A receita é feita para uma pequena quantidade de calda, mas pode-se dobrar, ou triplicar a receita, sempre se respeitando as proporções dos ingredientes.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...