Aqui no hemisfério norte já se inicia o outono. Em Michigan é uma época muito celebrada, pois é tempo de colheita. É época dos festivais da maçã e da abóbora.
Em lugares cujo inverno é muito frio, com a presença de neve por um período de tempo, a semeagem e cultivo de plantações, respectivamente, só ocorrem na primavera e verão, sendo nos meses do outono o auge da colheita e, por consequencia, a estocagem de alimentos. Hoje em dia, com toda a tecnologia e globalização, tem-se ascesso a qualquer tipo de alimento durante todo o ano, mas não foi sempre assim.
Conversando com pessoas mais velhas, ouve-se historias de como era difícil atravessar todo o inverno com a variedade limitada de alimentos e as formas mais comuns de preservá-los. Então, lembrado os milhões de anos da humanidade, a "independência" adquirida das estações do ano é coisa muito recente.
Nas terras mais ao norte, também , a paisagem muda de coloração, com as folhas das árvores variando em tons de vermelho, amarelo e alaranjado, uma verdadeira festa de cores. Mas é uma festa de despedida, pois logo essas folhas cairão todas, anunciando a chegada do inverno gélido.
Como imagem simbolizando essa época, existe o mito de Deméter e Perséfone. A Mitologia Grega conta que do romance entre Deméter ( mãe terra que cuida das plantas) e Zeus ( deus do Olimpo ) nasceu Core , que se tornou uma linda jovem. Hades ( deus do mundo subterrâneo), ao ve-la, apaixonou-se e decidiu raptá-la. Deméter ficou inconsolável e se descuidou de seus deveres , deixando as terras estéreis e com isso houve escassez de alimentos.
Zeus ordenou a Hades que devolvesse sua filha, mas Core já estava casada com ele . Core acabou comendo algumas sementes de romã , oferecidas pelo marido, e com isso, se ligou ao mundo subterrâneo eternamente, tornando-se Perséfone ( rainha dos mortos) . Assim, estabeleceu-se um acordo: a cada primavera, Perséfone deixava Hades e se reunia com a mãe, no Olimpo, para que nessa época a terra cultivada desse seus frutos. Ela ,no outono, voltava para Hades e permanecia com ele até a primavera seguinte. Esse mito simboliza o ciclo anual das colheitas.
Na Antiguidade o mito era uma parábola para um dos mistérios de Elêusis (ritos de iniciação ao culto das deusas agrícolas Deméter e Perséfone) . Perséfone seria o grão semeado, colocado embaixo da terra para se desenvolver e despontar durante a primavera sob a forma de novos frutos. Mas o mito também carrega a simbologia da história da alma, de sua descida na matéria, de seus sofrimentos nas trevas do esquecimento e depois sua re-ascensão e volta à vida divina.
Escolhi uma receita com sabor de outono, época de abóboras enfeitando soleiras de porta, centros de mesa e servindo de ingrediente para doces e salgados.
Massa
1 de xícara (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher(chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de cravos da índia moidos
1 colher(chá) de noz moscada ralada
1/4 colher(chá) de sal
3 ovos grandes
1 xícara ( chá) de açúcar
1 xícara (chá) de purê de abóbora cozida
1 colher (chá) de suco de limão
Recheio
1 embalagem de queijo cremoso* ( cream cheese) em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar de confeiteiro
4 colheres (sopa) de manteiga ou margarina* em temperatura ambiente
1 colher ( chá) de extrato de baunilha
*pode ser a versão light
Cobertura
Açúcar de confeiteiro para polvilhar
Pré aqueça o forno em temperatura média alta, e unte uma forma retangular de 38x25 cm , aproximadamente, com margarina e farinha. Umideça um pano limpo e polvilhe com açúcar de confeiteiro. Reserve.
Numa vasilha pequena misture a farinha, fermento em pó, bicarbonato de sódio, canela em pó , cravos moidos, noz moscada e o sal. Reserve.
Na batedeira, misture os ovos e o açúcar e bata até ficar cremoso. Junte o purê de abóbora e o suco de limão e continue batendo. Adicione a mistura de ingredientes secos e misture bem.
Espalhe a mistura na forma já untada e leve ao forno por aproximadamente 13 minutos, ou até que perfurando com um palito, este saia seco.
Imediatamente vire o bolo sobre o pano úmido e polvilhado com açúcar e enrole pano e bolo juntos. Deixe esfriar.
À parte, bata o queijo cremoso com o açúcar de confeiteiro, a manteiga e a baunilha, até obter um creme macio.
Com cuidado desenrole o rocambole e remova o pano. Espalhe a mistura do queijo cremoso e torne a enrolar. Envolva em filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.
Sirva polvilhado com açúcar de confeiteiro, se desejar.